sábado, 22 de agosto de 2009

Buh

é tão estranho... mas apesar da rotina de querer saber sobre você, você não me importa nem mais um pouco.
é tão estranho... pois mesmo não importanto, não perdi as manias e os medos que você deixou em mim.
é estranho pois apesar de achar que sejam só os hormônios, eu acredito que é nessa Lua que eu ponho para fora tudo o que eu realmente sinto.
fica a dúvida então, se devo levar a sério as coisas que eu sinto em uma Lua, ou então em três. é óbvio que devo valorizar os bons sentimentos... mas a coisa é tão forte que eu me deparo com essas necessidades de desabafar.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

'

Hoje eu estou rebelde, nada demais, só uma concequência do meu severo desequilíbrio hormonal alguns dias antes de ovular, a muito característica e popular TPM... Sim, a minha é terrível não tem como negar, nem pensar eu consigo, viro uma grande sucessão de impulsos e impulsos um atrás do outro, às vezes positivos às vezes negativos, um turbilhão de emoções que vão da mais eufórica a mais enraivecida em questão de segundos. Costumo pensar que a TPM me torna bipolar durante uma semana.
Então depois de toda maratona de sentimentos na minha cabeça pela qual eu passei hoje desde manhã, chega o final do dia, e eu nessa temporaria euforia penso: que saudade do tempo em que eu saia de madrugada sem destino, bebia um vinho no parque e curtia o som de uma viola, noite quente, cabelo solto e braços abertos...
Não digo amigos, mas companheiros com os mesmos gostos, com a mesma mania vampira de viver à noite, na rua, livre. E eu não digo amigos pois deles levo poucos no coração até hoje, os que passaram, passaram porque era esse o destino, não que eles fossem ruins, mas tinha que ser assim, se não fosse passageiro descaracterizaria toda essa coisa de liberdade, de irmandade que se sente, que dispensa palavras, de filhos de Jah.
A Lua também era um elemento indispensável, ainda é, mas sinto saudade do tempo em que era sagrado venerá-la todas as noites, sem falta, e quando ela estava encoberta bom sinal não era, lembro que mesmo em dias de chuva, se tudo estivesse certo, conseguia ver seu brilho entre as nuvens, porém se havia algo errado eu não a via, nem em dias de céu limpo. Hoje tento não me esquecer de dar bom dia à ela quando vou ao trabalho, ou quando volto, é o tempo que tenho, também fico pensando se era mesmo superstição ou se realmente ela me tocava daquela forma, prefiro acreditar que sim, não há nada mais saboroso do que todo esse contato com o espaço.
Enfim, me deu uma falta, uma vontade de sair, encontrar alguém, escutar um reggae olhando para a Lua, sair de blusa preta e all star rosa, encontrar vários conhecidos até sintonizar a energia com alguém, sentar entre as árvores e ficar lá até chegar a hora de andar até em casa, no ar fresco e puro da noite, na delícia da liberdade.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Desabafo de alguém cheio de dúvidas.

E o que eu fiz até agora? Enlouquecer. Ninguém é mais criança aqui, isso já está visto, as ilusões não podem nem mais ser as mesmas, até elas, principalmente elas, tem de evoluir.
E a pergunta nem é mais pra onde eu vou, eu já estou e nem me dei conta... O objetivo é justamente esse, se dar conta. Duas décadas de vida, totalmente mal orientada? Sim, mas isso não é mais desculpa, faça valer o seu nome de guerreira. Anteriormente rebelde? Até demais, mas o tempo que passa exige maturidade e você sabe disso. Totalmente desmotivada? Tantos anos de desmotivação e ela não venceu, não vai ser agora que ela vai dominar, largue a preguiça e volte a pensar. Anti-social? Compre aquele livro. Sozinha? Dê mais valor pra quem está ao seu lado, ninguém vai ser muito melhor ou muito pior do que as outras pessoas que você já enfrentou.
P.S: Tem dúvidas? Comece a encontrar as respostas AGORA!

Então ela grita, em silêncio: “Quais são as minhas verdades?”, tinha passado o tempo, tanto tempo... E há muito tempo ela já devia ter se questionado... O que ela estava fazendo com a vida dela? O que ela estava esperando? Por que ela estava esperando? Chegou a hora de acordar, está atrasada e todo mundo viu isso.

sábado, 25 de julho de 2009

- Para quê você quer casar comigo afinal?
- Para poder te beijar quando eu quizer.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Palmas.

Estavam Iiéli, Destino e Flamingo, tomando o chá da tarde, em uma imensa clareira no meio da floresta... Posta entre cogumelos, troncos e pedras estava uma mesinha redonda coberta por uma toalha de renda, onde pairavam três xícaras, o açucareiro, o bule e mais nada entre as profundas divagações dos amigos, que discutiam descoscentrados...
I.: Sobre aquilo, nada mais o que dizer, acho que vou deixá-lo simplismente vencer D... Não há muito que eu possa fazer, cansei das rugas e das espinhas, vou deixar acontecer.
F.: 'Destino é pra manés, é só uma desculpa idiota para deixar as coisas acontecerem em vez de fazer com que elas aconteçam.'
I.: Obrigada pelo apoio moral, mas não é isso, eu vou fazer sabe, só não quero que isso se torne algum tipo de prioridade entende.
D.: Vocês perceberam que eu estou aqui? Que história é essa de mané?
I.: Poisé Senhor Destino, você além de um saco na minha opinião é considerado coisa de gente sem atitude! HAHA
D.: Que ofensa...
I.: Mas isso é verdade, eu aqui querendo fazer as coisas, tocar minha simples e complicada vidinha e vem um tal de Destino me obrigar a sentir coisas que eu não queria, isso sim que é ofensa, não ter livre arbítrio!
F.: Até parece que você não gosta Iiéli, no fundo você tem que saber que é só mais um romance que você vai contar para os teus netos.
I.: Creio eu que a minha opinião sobre romances tenha mudado, eu não acho que isso seja romance, mais parece um caso de um psicopata com uma obscessiva, algo para página criminal entende?!
F.: Bela opinião...
D.: Você nem sabe o que quer Iiéli, por favor!
I.: Eu sei que eu cansei, não vou mais me estressar, eu sei o que eu quero, e não é isso, isso é só lenda, história, nunca vai se tornar realidade!
F.: Quanto otimismo...
D.: E quando que alguma coisa na tua vida foi nos conformes?
I.: Nunca... Eu acho. Mas vocês esqueceram o quanto eu estou me esforçando pra ser uma pessoa normal? Com um 'relacionamento' assim, fica meio que impossível.
D.: E diz que não crê no destino, você não percebe que isso é porque está escrito para você ser sempre uma menina digamos assim, espontânea?!
I.: Que bela maquiagem para a palavra louca né. Mas eu estou acostumada, se não é espontânea, dizem que eu tenho atitude demais, ou sou rebelde demais, como as pessoas são educadas, palmas.

sábado, 11 de julho de 2009

E Iiéli já estava enjoada, enchaxecada (?), de mau humor, triste e passivel de choro.
D.: Eaí?! Curtindo o nervosismo antecipado?
I.: Isso é ridículo.
D.: Adoro esse clima de indignação... Você o odeia mesmo não é?
I.: Do fundo do meu coração, e já que eu não posso escolher não vê-lo, dá pra pelo menos me liberar desse sentimento?
D.: Vou pensar...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

E ela se perdeu em papos e idéias trocadas em chás, nos parques, olhando para o pôr-do-sol, aquilo era lindo e ela não queria saber mais daquela história, pelo menos por enquanto, mas não por medo, e sim por cansaço... Tinha a impressão de que tudo aquilo mais parecia um sonho, e estava cansada de dormir!
I.: Então é isso, tenho que viver esse romance, por mais que eu não queira, só porque está escrito?
D.: O que você acha?
I.: Que é um absurdo! Eu não tenho livre arbítrio? Não quero isso para mim! Quero esquecer, não deveria ser obrigada a ficar cega diante dele, não quero ficar louca diante dele, não quero ele, não quero!
D.: Você tem certeza disso?
I.: A mais absoluta, e até onde eu sei, eu podia interferir no destino!
D.: Estou ficando menos maleável...
I.: Destino FILHO DA PUTA!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A loucura lhe cai bem.

I.: Um entrando na mente do outro... no início eu me revoltei contra isso dizendo que não havia sentido, que era ruim, sendo que na verdade eu só detestei porque eu não fui a mais forte, e não penetrei numa quantidade suficiente de mentes, ou pelo menos, não achei que penetrei, não me satisfiz... tem uns que se satisfazem com pouco, ou que são de outra 'espécie', a que só se deixa manipular... felizmente eu não devia ser uma dessas. Como quase tudo na minha vida, eu fugi de algo que eu não consegui dominar, mesmo querendo estar lá. Depois de tanto tempo que eu fui acordar, hoje sim eu percebo que tudo aquilo é um monte de lixo sem vínculo nenhum, há não ser a escravidão da mente, dos corpos, e a destruição.
F.: É incrível escutar isso de ti, minha doce. Parecia que você nunca ia voltar...
I.: E sabe qual é o meu maior medo? De que eu não tenha saído do transe, e isso seja só mais uma fase da loucura.
F.: Você aceitou-a tão bem né!
I.: Era algo que eu tinha, um hobbie que dominou fácil, que era fácil de executar e de brinde ainda atraia as atenções para mim.
F.: Mas como você dizia dos urubus...
I.: Alguém se importa com eles? São alguma perda de tempo pela qual eu passei, não gosto de me arrepender, mas reconheço, deveria ter seguido bons exemplos.
F.: Eles estarão sempre lá, os bons. Os ruins se dispersam à procura de algo inalcansável, assim como você.
I.: Mas eu estou achando, não me faça jogar o conteúdo dessa xícara na sua cara!
F.: Calma, eu não quiz ofender... Estamos aqui para abrir os olhos não?!
I.: A luta era árdua, eu lembro que quando eu comecei eu era a mais vulnerável. Eu penso que apesar de tudo, eu aprendi muita coisa sobre as pessoas, e o quanto devemos confiar em poucas delas.
F.: Aprendeu o quanto deve confiar em si mesmo?
I.: Esse é o mais óbvio e o mais falho em mim, ou melhor, era.
F.: Está crescendo, finalmente.
I.: Cale a boca flamingo, e vá dormir.

sábado, 4 de julho de 2009

Mais uma xícara.

Chega de histórias por enquanto, as pessoas estão me fazendo perder o gosto por contá-la, nada que dure muito, daqui a pouco tudo fica rosa denovo - espero.
Às vezes eu me sinto naqueles filmes depressivo-reflexivos, onde 90% dos personagens aprendem uma lição que muda totalmente a vida deles, onde todo mundo apesar de ser evidentemente problemático acaba, e é, feliz, unidos, de alma lavada. Adoro a sensação alma lavada! Por mim, eu chorava uma vez por semana só pra purificar, mas eu não sou assim, tão fácil, eu lembro que quando eu era pequena eu ficava contando quantos meses eu conseguia ficar sem chorar, e lembro também que uma certa vez eu chorei tanto que meu acompanhante na ocasião chegou a dizer que parecia que eu estava lavando a alma pela primeira vez na vida, que eu estava seca demais até então.
Talvez eu esteja meio seca denovo, precisando por algo para fora que não quer sair. Vou olhar um filme super-romântico-meloso e colocar tudo para fora, como se fosse o fim do mundo, daí amanhã minha alma estará levinha, pronta para o caos novamente, haha.
Era só isso, até que não foi tão ruim viu?!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Me perdi

Se tem uma coisa que me irrita mais do que o celular vibrando pq ta acabando a bateria (vibrar consome mais bateria gente!) é perder o fio da empolgação de um blog que eu tenha começado a escrever. Aliás, muitas coisas tem me causado o sentimento de ódio ultimamente, eu penso que como exagerada convicta que sou, depois da overdose de amor pelas coisas que eu tive no ano passado, nada mais justo que uma overdose de ódio para equilibrar. Haha, que horror. Mas enfim, não era sobre isso que eu queria falar...
Eu até estou com o resto da história aqui, bem no fundo do meu cérebro, fresquinha, mas eu estou com preguiça de pensar nela agora, algo como orgulho ferido, medo (?) ou o que eu chamo de 'a maldição do blog incontinuável', haha, inventei isso agora. Espero continuar em algum momento, eu já até fiz o clichê de conversa com Sr. Coelho, SR. COELHO! tem coisa mais clichê que isso? Um misto de Alice no País das Maravilhas, com a história de um coelho chamado Coelho escrita por J.K Rowling. E aí que entra a minha autocrítica sem limites, porque se eu usasse gato ia ser a coisa mais clichê do mundo, vinda de mim, pois quem me conhece sabe que eu sou superapaixonadaloucatarada por gatos, e se fosse elefante meudeus né, mais clichê ainda! Porque quem me conhece sabe.
Enfim.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma pausa para o chá.

I.: Me diga coelho, o que vale mais? Eu me sentindo feliz em minha realidade? Ou eu infeliz na realidade alheia?
C.: Depende menina, a sua realidade está muito além da vivida pela massa?
I.: E como saber qual é a realidade da massa? Eu não consigo enchergar com os olhos dos outros, pensar com a mente dos outros e sentir com a alma dos outros, eu só sei a minha e o que me dizem e quando me dizem, as pessoas tem medo, acham que sou louca.
C.: E isso é um concenso?
I.: Creio que sim, as diferenças estão em quem julga isso bom e em quem acha ruim.
C.: Você deve estar longe então...
I.: Eu quase consigo lembrar o momento em que isso se consolidou para mim, quando escolhi ser louca e feliz, mas há quem diga que eu sempre fui assim, será que eu era e não me dava conta antes? Ou será que eu só tinha um outro tipo de loucura? Enfim, isso não importa, não gosto de pensar nisso.
C.: Eu tenho notado que algumas vezes você tem se enquadrado mais...
I.: Talvez eu tenha decidido amadurecer.
C.: Sem escorregões? Duvido...
I.: O frio na barriga de um escorregão é uma das coisas mais prazerosas que eu pratico.
C.: Você é louca.

sábado, 27 de junho de 2009

As energias opostas.

Shad era um anjo, sedutor, misterioso, inteligente e incrivelmente manipulador, anjo negro. Forte, carinhoso, compreensivo e cativante era o anjo guerreiro: Tanph.
Tanph e Shad travavam luta há muitos séculos através do tempo e do espaço, e há algum período curto, diante da eternidade de suas energias, Shad estava se dando bem... mas deixou falha, e Tanph conseguiu reunir forças para encontrar novamente a sua segunda parte que há algum tempo tinha sido brutalmente arrancada de si e o tinha transformado em dois.
Shad não era bobo, não poderia deixar seu inimigo se recuperar...
Eram tempos festivos na cidadezinha de Iiéli, ínicio de semestre letivo, e as ruas estavam cheias de pessoas comemorando o reencontro com seus colegas. Mais uma vez Ana estava na casa dos pais, e ela, Iiéli estava aproveitando para fazer o que mais gostava, conhecer pessoas novas e beber com os amigos. Nenhum atrito aconteceu entre as amigas por causa do ocorrido naquele domingo no Boo, a relação delas estava acima de qualquer coisa e elas já tinham aprendido isso há muito tempo.
Muito tempo tinha se passado desde aquilo também, Ana estava namorando com uma antiga paixão de infância, o que a fazia ir mais vezes para sua cidade natal, e Iiéli ficava sozinha pelo menos dois fins de semanas por mês, sem falar nos feriados.
Era uma quinta-feira quente e Iiéli tinha reencontrado uma amiga de escola que não via há muito tempo, as duas fofocavam empolgadíssimas o que tinha acontecido com uma e com outra desde que não se viam, porém, derrepente, algo ditraiu a atenção de Iiéli, havia um menino há alguns metros e ele era tão familiar... ela teve que deixar a amiga e ir até ele, mas quando ela chegou perto algo errado aconteceu...
I.: Oi, quanto tempo, você está bem?, comprimentou com entusiasmo, mas logo se arrependeu, não entendendo bem o porquê.
F.: Claro que sim! E você? Que bom que eu te encontrei guria, vamos sair?, respondeu Felipe, Iiéli não sabia, mas ele sim, e ele não era assim, mas tudo bem, ele se sentiu tão bem ao vê-la que essa reação não poderia ser mais normal.
I.: Vamos... Mas depois, eu estou ali com umas amigas, depois você me chama está bem?
E se afastou, ela não tinha se sentido confortável com aquilo e não ligava para o porquê, só sabia que definitivamente não queria sair com aquele garoto e iria dar um jeito de isso não acontecer.
Se despediu da amiga e ficou escondidinha com um amigo, sentada na carroceria do carro dele. Derrepente seu celular começou a tocar, ela não atendeu, passaram alguns minutos e tocou denovo, era Felipe, ela não sabia, mas ele sabia que ele não fazia isso... Na terceira vez ela atendeu, pediu para ele esperar mais um pouco, ele concordou.
Estava tão confortável ali com os seus amigos...
Shad e Tanph eram energias que rondavam o corpo de Iiéli desde que ela tinha nascido, poucas vezes Tanph tinha sido o mais forte, pois não estava inteiro, e Shad tinha mais facilidade de influenciar os pensamentos da menina, além disso, era um ótimo meio para enfraquecer Tanph, baseado no amor que a energia irradiava para ela e que fazia com que mesmo podendo, não a abandonasse.
Shad não iria permitir mais um contato de Tanph com sua segunda parte novamente, e em tão pouco tempo. Estava disposto a manipular os sentimentos dela a cada vez que ela tivesse contato com a luz da outra parte de Tanph, e pelo visto estava dando certo, ela podia sentir o mesmo asco que ele sentia quando via Tanph por inteiro, e isso era perfeito pensava Shad, "perfeito".

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O contato.

Iiéli estava ansiosa pela chegada de sua quase irmã, Ana. Esperava-a no ponto em que tinham combinado, mas o ônibus parecia estar muito atrasado, mal podia esperar para abraça-la, ouvir as novidades do feriado, e saber se ela tinha falado com aquele menino...
Derrepente o seu celular toca, era Ana, estava na porta de casa, mas não tinha encontrado a chave. Iiéli entrou no carro e partiu para lá.
I.: Eu estava te esperando, o que aconteceu?
A.: O ônibus parou em outro lugar! Eu não pensei que você ia ir me esperar, me desculpe, mas eu vim de carona com os meninos...
I.: Tudo bem, e aí?! Como foi lá? Está muito cansada? Vamos sair?
A.: Foi normal, fiquei em casa com a mãe, sai todos os dias e conversei com o Marcos, terminamos.
I.: Aaaai, que ruim, e você está bem?
A.: Acho que sim, não estava dando mais, e além disso, eu peguei o telefone daquele menino que eu vi no ônibus se lembra? O nome dele é Felipe e ele me mandou uma mensagem olha, diz que só vai no Boo hoje se eu ficar com ele!
I.: Sérioo? Que legal, e nós vamos né?! Já respondeu pra ele?
A.: Claro! Vamos nos arrumar, porque antes eu já disse pros meninos que você vai ir jantar na casa deles, e não tem de não!
I.: Não vou nem comentar...
Então as amigas se prepararam para noite de domingo, as duas tinham aula no outro dia, mas diversão definitivamente vinha em primeiro lugar. Iiéli se lembrava muito bem quem era o menino do ônibus, e o nome dele era Felipe, mas ela não entendia porque deveria se preocupar com ele, até porque estava muito feliz de que sua amiga fosse ficar com quem ela queria.
Foram para a casa de uns amigos da Ana e de lá para o Boo, uma boatezinha confortável no centro da cidade. Entraram, compraram as bebidas e não demorou muito para o Felipe os encontrar, o clima estava muito alegre e as meninas mais ainda, mas no decorrer da noite alguma coisa não estava certa.
A.: Iiéli por que ele não chega em mim?
As meninas tinham ido ao banheiro conversar.
I.: Não sei! Ele é meio estranho né?! Tenta dançar encarando ele, chega mais perto, não sei.
A.: Tu sabe que eu não consigo fazer isso, eu não sou você!
I.: Ai, mas se concentra, vale a pena não vale?
A.: Acho que não, além disso ele está conversando bastante com você até...
I.: Sim, mas eu já falei pra ele conversar mais contigo, e ele só ri, eu não sei mais o que eu faço...
A.: Vamos fazer assim, a gente chega lá e quando ele for falar contigo tu sai.
I.: Quantas vezes for necessário, vamos lá.
E assim aconteceu, as meninas voltaram para o meio da pista, e Felipe virou-se para Iiéli, ela pediu licença e foi comprar mais bebidas decidida. Porém quando estava chegando perto do balcão percebeu que Felipe estava atrás dela, também tinha ido comprar bebidas.
I.: Olha quem apareceu!
F.: Vim pegar mais, me espera?
I.: Claro.
Iiéli falou com o barman, pegou dois drinks e esperou, Felipe pegou mais um e se virou, apartir daí as coisas aconteceram tão automaticamente que ela não teve nem tempo de pensar, ou reagir. Ele se virou, ela sorriu, ele se aproximou, ela foi se virar, mas haviam tantas pessoas, e ele foi chegando até ela como se uma corda invisível os prendesse tão forte que era impossível se mexer e como se isso laçasse o encontro ele a beijou.

domingo, 21 de junho de 2009

O começo.

Fazia frio no hemisfério sul, naquela aconchegante tarde de Sol, o vento gelado, cortante, se mesclava com o calor dos raios solares e essa com certeza era uma das sençações mais prazerosas para Iiéli. Sua melhor amiga Ana iria viajar para casa dos pais nesse feriado, por isso, ela estava de pé tão cedo, com a cara amassada, mas disposta, estavam tomando o café da manhã, e combinando o que fariam assim que estivessem juntas novamente:
A.: Vou comprar umas tequilas pra gente...
I.: Compre várias, meus colegas não são muito chegados em destilados, e nesse fim de semana pelo visto vou ter intoxicação de cerveja, uma agressão à minha barriga!
A.: Cala a boca, você nem tem barriga.
I.: Eu que sei, e você está atrasada, vamos levar aquelas malas para o carro de uma vez.
As duas desceram do apartamento em que moravam no quarto andar de um prédio bonitinho, no centro de uma cidadezinha serrana, cheia de morros e verdes, onde as duas estudavam desde que tinham terminado o Segundo Grau. Ana ia para a casa dos pais sempre que podia, Iiéli evitava os pais sempre que podia, dirigiu até a rodoviária, para levar a amiga até o ônibus que partia em excursão para a cidade dela, os outros passageiros, assim como elas, também eram estudantes, o que fazia aquilo parecer mais uma festa do que uma simples viagem para casa.
A.: Você TEM que ir lá pra casa no próximo feriado, a gente vai fazer muita festa, eu não acredito que você nunca vai! Iiéli ! Não olha agora, tem um menino lindo ali do lado do ônibus, ele é perfeito! Como que eu nunca vi ele antes?!
I.: Quem? Aquele fumando ali? Afff
A.: É! Vamos entrar no ônibus, pra eu poder vê-lo mais de perto.
Após entregarem as malas para o motorista, as amigas subiram no ônibus, Ana demorando o máximo que pode, para tentar chamar a atenção do garoto que fumava. Escolheram um lugar e ficaram se despedindo, as duas eram como irmãs desde sempre, e se enchiam de conselhos toda vez que se separavam...
A.: Não fica sozinha em casa, eu vou ligar para os teus amigos pra saber se você está com eles, e Iiéli por favor não se envolve com meninos estranhos novamente.
I.: Do que você está falando? No máximo vou chamar aquele vizinho para uma festinha particular lá em casa.
A.: Haha, você não presta, agora sai! Lá vem ele, tomara que ele sente do meu lado!
Iiéli deu um beijo na amiga e se levantou rindo, para sair do ônibus enquanto o garoto que já tinha terminado o cigarro entrava, segurando um copo na mão e um maço de cigarros na outra. Ela não era o tipo de pessoa que estava em suas completas condições em termos de equilíbrio, e olhando de perto agora, realmente, aquele menino era lindo... Os dois se bateram um contra o outro, o espaço era pouco, também não ajudava, eles se olharam nos olhos, e ela pediu desculpas, ele só riu, e seguiu andando.
Nenhum dos dois sabia, mas podia sentir, o rosa das suas energias tinha sido ativado nesse momento, eles tinham se encontrado depois de tanto tempo, que já não se reconheciam mais. Mas aquela luz dos olhos já não ia mais se separar, foi o suficiente pra recomeçarem os laços, tudo de novo, e dessa vez, para sempre.